Pela primeira vez desde o início das polêmicas em torno da lei 15.516, sancionada na semana passada pelo governador Paulo Câmara (PSB), o deputado estadual Ricardo Costa (PMDB) esteve frente a frente com alguns artistas do Estado. Autor do projeto que limita o horário das apresentações de rua, Ricardo chegou de surpresa no ato que aconteceu na noite desta quarta, em frente à Assembleia Legislativa, na Rua da Aurora. Ele ratificou que a lei pode ser revista.
Segundo os artistas e brincantes, a lei seria arbitrária e representaria retrocesso na liberdade de expressão. Também seria prejudicial à manifestação popular pernambucana. A legislação determina, entre outras coisas, a proibição de eventos culturais em espaços público das 22h às 10h e não permite a participação de menores de 14 anos nos números.
“O deputado e o governador demonstraram não conhecer a cultura de Pernambuco. A lei é racista e quer acabar com a cultura popular”, disse o juremeiro Alexandre Omi L'Odò.
Nesta quarta, durante o ato de protesto em frente à Alepe, às 22h10, artistas, produtores, brincantes e simpatizantes – cerca 40 pessoas – dançaram coco e recitaram poesia no local.
A surpresa foi a chegada repentina do deputado Ricardo Costa, acompanhado de uma comitiva de assessores e seguranças. Ele foi ao encontro dos manifestantes, distribuiu impressões da lei e recebeu pedidos de revogação por parte dos artistas.
“Estão fazendo tempestade em copo d'água. Até a constituição se muda”, disse o deputado, que em alguns momentos chegou a se alterar diante da situação. “Eu vim aqui dizer que estou aberto a mudar.”
O ator e encenador Manoel Constantino, no entanto, argumentou que antes da aprovação, durante a confecção do texto da lei, “a cultura popular e os artistas em modo geral precisariam ser consultados”.
Fonte: Jornal do Comercio
Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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