3 de jun. de 2015

Colunista: Distúrbio de Leitura e Escrita


                               Distúrbio de Leitura e Escrita

A ideia de escrever este artigo surgiu da necessidade de compartilhar, fornecer e esclarecer registros e informações de minhas experiências como professora na rede pública e privada em diversos Estados do Brasil.

À medida que meu estudo da teoria e da prática psicopedagógica evoluía, eu me deparava com uma realidade ainda não conhecida e compreendia o quanto árduo seria minha caminhada em busca de respostas e ideias novas. Assim, iniciei minha trajetória me deparando com a ineficiência e a ina dequação de diversas escolas, ressentindo da falta de um instrumento básico que pudesse conduzir o aluno deficiente a uma leitura e escrita adequadas.

A falta de organização clara e lógica do aluno, e a necessidade da leitura e da compreensão de textos de outras disciplinas, acarretava em fracasso geral do discente. A criança com distúrbio de leitura e escrita não tem muito interesse pela linguagem. O mundo das palavras não lhe atrai e, em geral, sua expressão oral é pouco organizada. Seus relatos são de pobre construção frasal, faltando muita coerência e coesão.

Face a isso, é primordial uma abordagem que priorize a estimulação da linguagem, em que se faz necessário ajudar e orientar o aluno a organizar o mundo das palavras, das ideias e das percepções. Isso deve ser proposto de modo lúdico, pois estamos interagindo com uma pessoa que deseja, sonha, pensa, trava relações, se expressa, age, enfim, alguém que ocupa um espaço.

Partindo desse princípio, a fim de localizar o que impedia esses alunos a uma boa aprendizagem daquilo que lhe era ensinado, busquei subsídios e possibilidades de novas ideias acerca da leitura e escrita. Chamamos atenção para a necessidade do professor, em conjunto com os pais e responsáveis, darem acolhimento à criança que está vivendo esta situação desfavorável, fazendo-os entender que o problema, no momento da execução de uma tarefa escolar, não é preguiça, malandragem, burrice, mas uma impossibilidade de concentrar sua atenção a fim de mobilizar sua inteligência para a tarefa escolar, o que levava a erros seguidos.

Com isso, a falta de interesse com a leitura resultava em uma baixa auto-estima, diminuindo o envolvimento desses indivíduos com o ato de ler, o que comprometia a compreensão e desencadeava uma serie de consequências negativas.

Definir distúrbios da leitura e da escrita não é tarefa fácil. Lembrando que, nem toda criança que apresenta dificuldades em aprender a ler e a escrever, pode ser considerada portadora de distúrbios.

A ação psicopedagógica requer diferentes níveis de intervenção que a criança, num determinado tempo, só consegue realizar em parceria. É crucial o papel do educador e do psicopedagogo como parceiros mais competentes no desempenho assistido.

Frisando que um olhar reflexivo e abrangente é uma ferramenta importante para auxiliar na busca de melhores técnicas para o ensino da leitura e da escrita. Com melhor ensino-aprendizagem será p ossível evitar parte da evasão escolar nas redes públicas e particulares.



ETANY CRISTINA LOPES DE SOUZA
PSICOPEDAGOGA-EDUCADORA ESPECIAL

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