3 de mar. de 2016

Arboviroses: Um kit de teste rápido para detectar, em até 15 minutos.

Um kit de teste rápido para detectar, em até 15 minutos, se uma pessoa já foi infectada por uma das arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti - zika, dengue e febre chikungunya - deve integrar o Sistema Único de Saúde (SUS) até novembro. A tecnologia, que tem investimentos em torno de R$ 5 milhões, se assemelha aos aparelhos usados para medir a taxa de glicose no sangue. E chegará em um momento mais que oportuno, já que atualmente centenas de pacientes têm esperados por horas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), sendo obrigados a voltarem para casa sem um diagnóstico.

A estimativa é de que em seis meses o protótipo seja capaz de identificar as três doenças transmitidas pelo Aedes. O próximo passo será a aprovação a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os pesquisadores já estimam que serão necessários, inicialmente, 200 mil testes em todo o Brasil para auxiliar no controle da epidemia.

O teste está sendo desenvolvido por pesquisadores dos laboratórios Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe) e Farmacêutico do Rio Grande do Sul (Lafergs) junto à empresa de tecnologia FK-Biotecnologia S.A, que é do Rio Grande do Sul, e a Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico (BaiaFarma). A parceria entre as instituições foi firmada ontem, em Porto Alegre. A expectativa é de que a técnica seja vendida a custo baixo, cerca de R$ 15 - aproximadamente o preço cobrado pelos testes rápidos do HIV em uso no Brasil.

DIFERENÇAS
A principal diferença desse exame em relação a outros capazes de fazer o diagnóstico simultâneo dessas doenças, como o da Fiocruz - que deve começar a ser usado neste mês - está na possibilidade de identificar não só se a pessoa examinada está infectada pelo zika, mas também se ela já registrou a doença. Isso poderia indicar, mesmo ao paciente que não apresentou sintomas, se ele está imune ao vírus - resposta que ainda depende de mais pesquisas.

“Uma mulher que pretende engravidar, por exemplo, vai saber se já teve o zika e se desenvolveu anticorpos contra o vírus. Esse teste vai determinar a imunidade da pessoa para aquele vírus”, explicou o presidente do Lafepe, José Fernando Uchôa. Ele destacou que as manifestações das viroses são variáveis, já que dependem de cada organismo. “Agora, se a pessoa não foi exposta ao vírus, isso significa dizer que ela não tem imunidade nenhuma. Ou seja, as consequências são bem piores”, disse, alertando para a importância do novo teste.

FUNCIONAMENTO
De acordo com os pesquisadores, a tecnologia consiste em coletar o sangue do paciente com uma lanceta no dedo da mesma forma que um teste de glicose. A amostra de sangue é coletada automaticamente e separada.

Ao reagir com diferentes componentes (antígenos e anticorpos), produz um resultado que pode ser lido visualmente, semelhante aos testes de gravidez de farmácia. Após 15 minutos, um painel vai demonstrar se a pessoa já teve contato ou está infectada com algum dos três vírus.
 
Fonte:
Wed Mar 02/16 - Priscilla Costa e Luiz Filipe Freire, da Folha de Pernambuco

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