O trabalho com aerografia, uma técnica de pintura semelhante ao grafite, lhe renderam reconhecimento. Em 2002, começou a moldar o barro, a arte da cerâmica figurativa. “Eu conheci o mestre Luiz Gonzaga, fiz amizade com ele e ele me passou o manejo da técnica e como trabalhar com o barro. Na primeira aula que eu fui com ele, eu modelei uma cabeça, e ele se admirou comigo. Foi aí que eu despertei para trabalhar com esculturas”. – Disse Edilson. Seguindo as técnicas do mestre em artesanato Luiz Gonzaga, Edilson, ainda naquele ano, concorreu com a peça de Dom Helder Câmara, para ingressar na maior feira de artesanato da América latina, a Fenearte. “Essa entrada na Fenearte não me causou vaidade, causou um feliz estranhamento, ôpa alguma coisa tem” – Revela com felicidade o artista. Uma nova paixão surge na vida do artesão. Trata-se de uma antiga técnica de entalhar na madeira. Datada antes de cristo, a xilografia é conhecida no Brasil como a arte do cordel. A partir aí, começa uma nova etapa na carreira de Edilson. “Eu fui levado à xilogravura, porque um amigo cordelista chamado Edivaldo de Lima estava precisando de artes para fazer as capas dos cordéis, e elas eram em xilogravura. Eu comecei no desenho mesmo, para depois ir começar a talhar a madeira”. – Confessa.
O começo foi difícil. O artesão possuía poucas informações técnicas. Um martelo e uma chave de fenda. Essas são as ferramentas que Edilson talha pela primeira vez a madeira. Na gravura, o Cruzeiro do Carmo de Goiana. Esse era o começo de uma nova era para o artista. Após esse período, ele participa do curso de xilogravura do mestre Marcelo Soares. Lá, conhece técnicas e ferramentas. A madeira foi talhada com mais facilidade, e as ferramentas usadas, apropriadas para técnica da gravura. “A mesma coisa que o mestre Luiz disse do barro, Marcelo falou na xilo, ‘olha, você tem jeito pra coisa’, e aí comecei a produzir, a pesquisar, a estudar e a xilogravura entrou na minha vida de uma forma que eu falei oxe, é isso que eu quero pra minha vida”. Expressa com entusiasmo.
Edilson está feliz. O ano rende bons frutos para o artista. Na Fenearte, suas obras estarão presentes alguns stand, como o da Associação de Artesões de Goiana e da prefeitura. Ele ainda comercializará suas peças através do Programa de Artesanato de Pernambuco (PAB-PE). Uma das maiores alegria do artista é poder passar conhecimento. Ele revela já ter dado aulas em eventos, projetos do governo e até para presidiários. Na FENEARTE, Edilson vai ministrar aulas gratuitas de xilogravura para crianças e adolescentes de 9 à 16 anos. A obra crucificação, concorreu ao prêmio do salão de arte popular religiosa na Fenearte, além de mais duas peças no Salão de Arte Popular Ana Holanda, sendo uma escultura em cerâmica e uma matriz de xilogravura.
“Para mim está sendo um ano de muitas realizações. Graças a Deus muitas conquistas estão sendo alcançadas por mim. Agora só falta dizer que eu ganhei o prêmio” – Brinca o artista, antes de saber do resultado da premiação. Não foi dessa vez que o prêmio veio para as mãos de Edilson. Todavia, a evolução do artista é digna de aplausos, Oliveira ainda vai participar do FIG-Festival de Inverno de Garanhuns no Pavilhão do Artesanato da FUNDARPE. Um verdadeiro autodidata da arte. Assim como a lagarta sai do seu casulo e evolui, esperamos ver cada vez mais o artesão goianense alçando novos voos, e alcançando os mais altos objetivos em sua carreira.
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