Faleceu na manha desta terça-feira 24/08 o cordelista, xilogravurista e autor da almanaque popular paraibano José Costa Leite nascido em Sapé, 27 de julho de 1927. Há décadas morava na cidade de Condado, Zona da Mata Norte de Pernambuco. Iniciou-se na arte da literatura de cordel e da gravura aos 20 anos, vendendo, declamando e escrevendo folheto de feira. O primeiro almanaque foi feito em 1959, exibido no ano de 1960, e chamava-se “Calendário Brasileiro”. As primeiras xilogravuras são de 1949, ilustravam os folhetos de sua autoria como, “O rapaz que virou bode e a Peleja de Costa Leite e a poetisa baiana”.
Artista completo, Costa Leite extrapolou o mundo da escrita, exercitando sua criatividade em outras áreas: era ele quem desenhava, talhava na madeira e ilustrava as capas dos próprios folhetos. “Aventura e discussão”, por exemplo, eram alguns dos temas preferidos do artista popular.
Criou pelejas fictícias com importantes personagens do mundo da cantoria de viola, como Preto Limão, Severino Borges Silva, Patativa do Assaré, Ivanildo Vila Nova. Além de José Costa Leite, assina como “H. Renato”, “João Parafuso”, “Seu Mané do Talo Dentro”, “Nabo Seco” nos folhetos de “safadeza”, cheios de picardia e duplo sentido, como A mulher da coisa grande, A pulga na camisola, entre outros.
Dono de uma técnica muito pessoal, Costa Leite já expôs sua obra nos Estados Unidos, França e Chile, além de vários estados brasileiros. Atualmente, conta com um acervo de mais de 500 títulos, além de manuscritos inéditos. Passou a ser Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2006. A cultura perde José Costa Leite.
Fonte: TVALTERNATIVA
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